quarta-feira, 12 de setembro de 2012

História dos Jogos Olímpicos


A história das competições desportivas é muito antiga. Os principais exemplos são encontrados na Grécia Antiga. Em cidades relativamente importantes, tais como Corinto, Delfos ou Argólida, eram organizados eventos atléticos em homenagem aos deuses.
Gravura dos jogos olímpicos da antiguidade
 
No entanto, os mais importantes eram os jogos celebrados em homenagem a Zeus na cidade sagrada de Olímpia (um pequeno povoado, a cerca de 300km de Atenas) que se realizavam de quatro em quatro anos durante o verão.
 
Os Jogos Olímpicos nasceram no ano 776 a.C e este era uma época de paz. Por mais guerras que existissem no momento das disputas era decretada uma trégua. Nos seus primeiros anos, o evento tinha apenas uma competição: uma corrida de aproximadamente 190m.
Com o passar do tempo, os gregos decidiram acrescentar mais modalidades, como as corridas de maior distância, a luta e o pentatlo (nesta última eram combinados o salto em distância, o lançamento de dardo e arremesso de disco, assim como corridas de velocidade e luta). Pessoas de todas as partes do território grego vinham assistir às competições, e  instalavam-se em barracas de campo nas redondezas de Olímpia e da cidade vizinha de Élide.
Entre os espectadores, sempre podiam-se encontrar políticos e autoridades (que aproveitavam a ocasião para produzir alianças entre as cidades), comerciantes que vendiam de tudo, ou mesmo artistas e poetas que atuavam em espaços públicos.
Nos Jogos antigos participavam somente homens livres que falavam grego, e às mulheres era proibido intervir. Essa restrição chegava a tal ponto, que aquelas que se atrevessem a burlar a regulamentação poderiam ser castigadas inclusive com a morte. No entanto, havia competições de corrida para mulheres: as mais famosas eram as realizadas no Estádio Olímpico em homenagem à deusa Hera.
Curiosamente, medalhas não eram entregues; somente era colocada na cabeça do vencedor uma grilanda feita com ramos de oliveira. Em todo o caso, aos vencedores era concedida a honra de colocar uma estátua com sua imagem na mítica Olímpia. Também eram recompensados com dinheiro, presentes, ou isenção de impostos, entre muitos outros benefícios.
Gravura da Premiação
 
Por outro lado, os participantes que promoviam fraudes eram castigados com a cobrança de uma multa que servia para financiar estátuas de bronze em homenagem a Zeus, colocadas no caminho do Estádio Olímpico, e nas quais se escrevia o nome do enganador e sua ofensa.
Dentro das principais características dessas Olimpíadas, verifica-se que, antes do início das competições, os atletas tinham a obrigação de sacrificar um porco em homenagem aos deuses. Da mesma forma, a grande maioria dos participantes disputava provas sem roupa, como forma de mostrar, com orgulho, sua condição física.
Um dos espetáculos mais célebres dos Jogos foram as corridas de biga, isto é, de carroças puxadas por cavalos. Mas o mais violento dos espetáculos desportivos nas Olimpíadas da Antiguidade era, sem dúvida, o pancrácio. Esta era uma luta entre dois atletas que beirava a morte; combinava o boxe e a luta livre. Neste evento, tudo era permitido, exceto romper dedos, arrancar olhos e morder.
 
Representação do Pancrácio
 
Mas os Jogos Olímpicos não eram somente um evento atlético. Também favoreciam o desenvolvimento cultural ao amparar a criação humana em diversos campos do conhecimento, como na arquitetura, matemática e poesia.
A última Olimpíada da Antiguidade, com uma vasta lista de campeões, nomes e proezas, foi a do ano 394 d.C.
Estes jogos foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, por considerá-los um espetáculo pagão, os Jogos desapareceriam por muitos anos. No entanto, 1.503 anos depois, graças ao esforço de um idealista francês e de um grupo de sonhadores, os Jogos voltariam a se realizar. Atenas volta a sediar a primeira olimpíada da era moderna em 1896.

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